Os benefícios dos probióticos vivos para crianças, jovens, adultos e idosos

Os benefícios dos probióticos vivos para crianças, jovens, adultos e idosos



Evidências científicas mostram os benefícios dos probióticos vivos nas mais diversas faixas etárias

Antes de tudo, é importante entender o que são probióticos vivos. Probióticos são micro-organismos vivos que, quando consumidos em quantidade adequadas, conferem algum benefício à nossa saúde.

Portanto, assim como qualquer outro ser vivo, existem diferentes tipos e espécies de probióticos vivos e, cada uma delas, confere um benefício diferente para a saúde.

Atualmente, existem diversos estudos em andamento para avaliar os benefícios dos probióticos vivos na saúde digestiva, na imunidade, no colesterol, entre outros. É importante também entender os benefícios que esses micro-organismos exercem em cada uma das faixas etárias.

Estudos e benefícios dos probióticos vivos em bebês e crianças:

Na pediatria, estudos têm mostrado as vantagens das bactérias ‘do bem’, principalmente, na prevenção e tratamento de doenças gastrointestinais e extra-intestinais. Gastroenterite aguda, diarreia associada ao uso de antibióticos, cólica do lactente, colite ulcerosa e dermatite atópica são algumas das condições cuja administração de probióticos se mostrou positiva (1). 

Uma pesquisa publicada no periódico Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria (AAP), por exemplo, observou uma redução nos episódios de diarreia e de infecções respiratórias após o uso de certa cepa probiótica, durante três meses, em crianças que frequentam creches (2). A frequência regular ao ambiente escolar pode favorecer a contaminação por doenças fazendo das crianças um grupo com maior risco de infecções. 

Os probióticos vivos também parecem surtir um efeito positivo em bebês com cólicas. Alguns estudos apontam que os bebês tendem a ter um microbioma com menor diversidade e estabilidade nas primeiras semanas de vida, com níveis mais elevados da bactéria E. coli. Para combater esse desconforto, uma investigação, publicada no Journal of Pharmace Practise, em 2017, observou a administração de probióticos vivos em crianças amamentadas e concluiu que eles se mostraram seguros e eficazes (3). 

Para tanto, foram feitos cinco ensaios clínicos randomizados (que testam a eficácia de uma abordagem terapêutica em um determinado grupo de pacientes) avaliando duas cepas diferentes do probiótico Lactobacillus reuteri em bebês amamentados. A análise das taxas de resposta mostrou que os bebês que receberam probióticos vivos tiveram uma chance 2,3 vezes maior de ter uma redução de 50% ou mais no tempo de choro/agitação em comparação com o grupo controle.

Estudos e benefícios dos probióticos vivos em jovens:

Dentre os estudos feitos com jovens, alguns mostram resultados positivos em aspectos relacionados ao peso e a doenças intestinais, por exemplo:

Uma pesquisa publicada na revista médica americana Obesity mostrou que tomar suplementos probióticos pode ajudar a limitar o acúmulo de gordura e o ganho de peso durante os períodos de alto consumo calórico. Para a análise,  homens magros e jovens, entre 18 e 30 anos, consumiram 1.000 calorias extras por dia durante quatro semanas. Aqueles que usaram suplementação de certo tipo probiótico ganharam menos quilos que o grupo controle (4).

A eficácia dos probióticos vivos na síndrome do intestino irritável (SII), também foi foco de uma revisão sistemática feita por pesquisadores iranianos da Tehran University of Medical Sciences. A análise verificou que os probióticos vivos reduziram a dor e a gravidade dos sintomas em pacientes com a síndrome em comparação com placebo (5).  A SII é uma disfunção do trato gastrointestinal que afeta em particular jovens de 20 a 39 anos, e se manifesta com dor abdominal, alteração do padrão de fezes, distensão e inchaço, entre outros sintomas.

Estudos e benefícios dos probióticos vivos em adultos:

Esta, talvez, seja a faixa etária em que há mais evidências comprovando os benefícios dos probióticos vivos. Em especial, destacam-se os efeitos nos adultos relacionados ao  sistema digestivo e à imunidade. Mas também há resultados ligados a questões como saúde bucal, urinária e vaginal; doenças de pele; obesidade; diabetes; problemas mentais; doenças cardíacas, colesterol; entre muitas outras.

Uma investigação feita por cientistas chineses, em 2016, por exemplo, estudou a relação dos probióticos vivos com a depressão. Eles descobriram que os probióticos vivos foram associados a uma redução significativa desse distúrbio metabólico do cérebro, ajudando, inclusive, as pessoas que enfrentam um transtorno depressivo maior. A necessidade de mais pesquisas que reforcem os resultados dessa estratégia preventiva no combate à depressão é destacada pelo estudo (6).

Os probióticos vivos também foram associados a uma diminuição significativa dos níveis de colesterol total e colesterol  ‘ruim’(LDL), o que pode representar uma redução no fator de risco para o desenvolvimento de doença coronariana. Divulgada no Indian Journal of Public Health, em 2016,  a análise de 14 estudos descobriu que o uso de probióticos vivos levou a uma redução média do colesterol ruim, a um ligeiro aumento no colesterol ‘bom’(HDL) e, ainda, a uma diminuição nos triglicerídeos (7).

Estudos e benefícios dos probióticos vivos em idosos:

Estudos mostram que os micro-organismos vivos podem auxiliar as defesas do organismo contra alergias e infecções – um benefício e tanto, principalmente para idosos que são mais suscetíveis a doenças e deficiências relacionadas à idade.

Um estudo divulgado no periódico Nutrition and Health Aging, em 2016, explica que pessoas acima dos 65 anos podem sofrer uma deterioração das funções fisiológicas do corpo humano, levando a um decréscimo na contagem de bactérias benéficas na microbiota intestinal e essa diminuição de bactérias pode facilitar o surgimento de doença. 

A investigação mostrou que o uso de dietas baseadas em vegetais, probióticos vivos e prebióticos em idosos pode alterar a composição e a funcionalidade da microbiota, elevando a abundância de espécies benéficas e auxiliando no aumento da imunidade (8).

Outra pesquisa de 2015, divulgada no Journal of the American College of Nutrition, observou idosos que consumiram uma mistura de probióticos vivos do tipo Lactobacillus e Bifidobacterium ou um placebo por três semanas cada. A análise constatou que após a ingestão dos suplementos probióticos, os marcadores inflamatórios diminuíram, marcadores antiinflamatórios aumentaram e o equilíbrio das bactérias na microbiota intestinal tornou-se mais semelhante ao tipo observado em pessoas jovens e saudáveis (9).

As pesquisas aqui citadas dão uma ideia geral dos diversos campos em que os probióticos vivos podem ser utilizados e não deixam dúvidas de que investir em alimentos com esses micro-organismos pode valer muito a pena.    

Referências

1. Probióticos em Idade Pediátrica: Riscos, Benefícios e Recomendações – Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade do Porto, 2017
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/109801/2/238701.pdf

2. Diarrhea in Preschool Children and Lactobacillus reuteri: A Randomized Controlled Trial – Pediatrics –American Academy of Pediatrics, 2014
http://pediatrics.aappublications.org/content/133/4/e904

3. Probiotics for the Treatment of Infantile Colic: A Systematic Review - Journal of Pharmace Practise - 2017
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26940647

4. Probiotic supplementation attenuates increases in body mass and fat mass during high-fat diet in healthy young adults – Obesity - 2015
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26466123

5. Effectiveness of probiotics in irritable bowel syndrome: Updated systematic review with meta-analysis – World Journal os Gastroenterology – 2015
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4356930/

6. Effect of Probiotics on Depression: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials – Nutrients - 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27509521

7. Potential of probiotics in hypercholesterolemia: A meta-analysis - Indian Journal of Public Health, em 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27976649

8. Lactobacillus gasseri KS-13, Bifidobacterium bifidum G9-1, and Bifidobacterium longum MM-2 Ingestion Induces a Less Inflammatory Cytokine Profile and a Potentially Beneficial Shift in Gut Microbiota in Older Adults: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled, Crossover Study - Nutrition and Health Aging - 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25909149

9. Human gut microbiota and healthy aging: Recent developments and future prospective - Journal of the American College of Nutrition - 2015
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5166512/



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